Prós e contras de táticas passivas e agressivas no poker

Por que é melhor ser agressivo no poker?

Ainda que seja possível conciliar estratégias passivas e agressivas no poker, uma afirmação é quase unânime entre os jogadores profissionais: a postura agressiva é sempre melhor do que jogar passivamente.

Em vídeo para o canal Howcast, o jogador profissional Nick Brancato define essa diferença logo de cara: “A coisa mais importante para se saber sobre jogar passivamente no No Limit Hold’em é que raramente está correto”, explica.

Segundo o jogador, ao participar de uma mão, você deve querer ser o agressor. Isso porque no poker, as chances de cometer erros são grandes, mas você possui o controle sobre quais erros cometerá.

“Você não quer cometer erros passivos, quer cometer erros agressivos. Quando você é o agressor, às vezes coisas positivas acontecem para você. Entretanto, quando está sendo passivo, isso raramente ocorrerá”, afirma.

Para Nick, jogadores passivos sempre entram em potes com limps e dando call em raises – estratégias que já analisamos como negativas no artigo “Jogador profissional dá cinco dicas para pré-flop no poker” – enquanto jogadores agressivos entram em potes com raises ou 3-bets.

Táticas passivas são raramente usadas por jogadores profissionais. “A razão para isso é que uma tática passiva é uma tática perdedora, exceto se executada perfeitamente, o que é difícil de fazer. De modo geral, se tiver que escolher entre call e fold, use o fold. Se vai dar raise ou call, dê raise”, completa.

“Temos que pensar no poker como uma guerra”

Max Lacerda, jogador e treinador brasileiro de poker, também acredita que as táticas agressivas são mais eficazes, dando atenção especial para uma delas: as 3-bets. Segundo o profissional, essa estratégia ofensiva tende a colocar pressão nos adversários, tornando o jogo deles muito mais complicado.

“Além de colocar o nosso adversário em uma situação difícil no momento que fazemos a 3-bet, ele também ficará em uma situação difícil durante todo o resto da mão”, explica.

Saber ser agressivo no momento certo também é importante para não cometer erros básicos no poker.

Em vídeo para o seu canal Viver de Poker, Max Lacerda expõe que, quanto mais próximo do botão, mais agressivo você pode ser contra seus adversários. Isso porque você saberá quantos jogadores seguem vivos na mão, quais foram as ações tomadas e, assim, basear sua decisão com mais conforto:

“Temos que pensar no poker como uma guerra, sendo as fichas nossas armas. Temos que fazer nossos oponentes, adversários, sempre tomarem decisões difíceis, decisões que eles não tem certeza. Quanto mais incerteza geramos em nossos adversários, maiores as nossas chances de sucesso porque são maiores as chances dele cometer um erro”, declara.

E como lidar com jogadores agressivos?

Se estratégias agressivas são a melhor forma de jogar poker, então definitivamente teremos mais jogadores assumindo essa postura durante as partidas. Nesse caso, o jogo se torna mais difícil pois, quanto melhores os seus adversários, mais pressionado você se sentirá durante uma mão.

O jovem prodígio Fedor Holz, considerado um dos melhores jogadores alemães da história, fez seu nome e fortuna adotando uma postura extremamente agressiva no poker. Estudar exaustivamente essa forma de jogar lhe garantiu um arcabouço teórico único, que o profissional escolheu compartilhar com seus fãs em vídeo para o canal PokerCode.

Conforme Fedor Holz explica, antes de aplicarmos estratégias contra jogadores agressivos, precisamos analisar duas métricas para entendermos suas jogadas com mais precisão: quão pequena é sua linha de apostas de valor e quão largo é o seu range de blefes. O profissional explica que, com isso em mente, é muito mais simples e direto explorar os adversários.

Com essa avaliação em mente, você pode aplicar algumas táticas para tornar o jogo mais difícil para esses jogadores agressivos. Veja as dicas:

• Foldar mãos fracas mais vezes: Fedor explica que “especialmente mãos que não se fortalecem e não tem espaço para crescer” devem ser “entregues” pois provavelmente não sobreviverão a uma agressão durante o turn ou river. Com o jogo “em mãos”, o oponente fica mais confortável, sendo esse o momento onde você deverá aproveitar quando ele cometer um erro.
• Aumentar a frequência de raises: “Combater a agressividade com agressão, escolhendo as melhores mãos” é a sugestão de Fedor em sua segunda dica. Segundo o profissional, essa postura é melhor porque garante uma equidade decente no início da mão e uma equidade maior de blefe, pois provavelmente a linha de apostas de valor ou range de blefes do adversário é muito alto. “Contra isso, é bom jogar agressivamente às vezes”, explica. “Não tenha medo de aumentar, essa é uma ótima ferramenta contra agressores”, completa.
• Encurrale o adversário: nesse caso, você deve ser inteligente. Ao notar que seu adversário está agindo de uma maneira muito agressiva, você deve nutri-lo com esperança para se aproveitar quando ele colocar mais fichas na mesa. No momento certo, isole o jogador e o pressione a tomar uma decisão difícil, se aproveitando do conforto construído durante a partida.
• Identifique blefes mais vezes: segundo Holz, essa é a sua dica mais difícil. “É muito difícil blefar contra jogadores agressivos, você não terá uma vida fácil. Entretanto, é muito importante não ter medo de pegá-los blefando às vezes e de pensar mais sobre cada mão jogada”, diz. Ou seja, analise quais mãos seu adversário acaba durante o river, veja qual a combinação de cartas para entender a porcentagem de vezes que ele está blefando ou não e, a partir dai, tome ações mais precisas no futuro.